O E do ESG (environmental) é um dos critérios mais falados dentro desse conceito. Mas como trabalhar a sustentabilidade de forma efetiva nas organizações?
O que é o E do ESG?
Já explicamos o que é a sigla ESG e sobre a importância do “S” (critério social) nas organizações.
Então hoje vamos tratar de um outro critério que é o mais discutido dentro do tema ESG: o aspecto ambiental.
O aspecto ambiental diz respeito a questões ambientais como uso de fontes de energia, posicionamento em relação a mudanças climáticas, redução da poluição do ar e da água, política de desmatamento e preservação da biodiversidade, escolha de fornecedores que têm responsabilidade ambiental. Também pode haver a avaliação de riscos ambientais que uma empresa possa enfrentar e como ela gerencia esses riscos.
Por que o E do ESG é importante?
Com fatores ambientais como mudanças climáticas e aumento do nível do mar, as empresas passaram a enfrentar novos desafios. Isto é, houve um aumento da preocupação em relação à sustentabilidade por parte dos consumidores, que passaram a exercer certa pressão exigindo a adoção de práticas sustentáveis por parte das organizações.
Nesse sentido, a complexidade em torno da preservação ambiental também está fazendo com que investidores se atentem a critérios que antes não eram levados em consideração no mercado financeiro.
Além de ter anunciado a sustentabilidade como um fator decisivo para tomada de decisões em relação a investimentos, a BlackRock, maior gestora de ativos financeiros do mundo, apontou que o risco climático é equivalente ao risco do investimento. Assim, suas alocações de investimentos mudaram completamente.
Só em 2020, 95% dos índices de sustentabilidade performaram melhor que os índices de bolsas que não adotam esses critérios. Logo, isso fez com que empresas de países como Estados Unidos e Japão se preocupassem ainda mais com ESG.
Enquanto a Europa responde por metade dos ativos ESG globais, os EUA têm a expansão mais forte este ano e podem dominar a categoria a partir de 2022. A próxima onda de crescimento pode vir da Ásia, especialmente do Japão. (Análise Bloomerang Intelligence)
Crescimento do E do ESG no Brasil
Já no Brasil, apesar de caminhar mais lentamente, os investimentos ESG estão em crescimento, o patrimônio líquido dos fundos na categoria sustentabilidade e governança foi de 1,07 bilhão de reais, quase o dobro que há um ano. A captação líquida, por sua vez, foi de 307,9 milhões de reais no primeiro bimestre de 2021, crescimento de 787% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima).
Assim, o que antes era apenas uma preocupação com a imagem da instituição para parecer ecologicamente correta, se transformou efetivamente em um pilar importante na estrutura das empresas, que começaram a questionar seus impactos e ações em relação ao meio ambiente.
Como colocar o aspecto ambiental em prática?
É importante frisar que não adianta trabalhar o E do ESG apenas como uma estratégia de marketing, o chamado greenwashing. Ou seja, a famosa “lavagem verde”, uma forma de vestir uma máscara de empresa verde e sustentável. Consumidores e investidores se atentam a práticas e ações, não a aparência.
Isso significa repensar o modelo de negócio, mudar a mentalidade das partes interessadas e implementar uma cultura realmente voltada para iniciativas sustentáveis.
Outro ponto essencial a tratar é que ser uma empresa sustentável não é atender aos requisitos legais ou diretrizes ambientais impostas pelo governo. Até porque isso é o básico, o mínimo esperado das organizações. Ser uma empresa que se preocupa com o E do ESG vai muito além disso.
Apesar de não existir padrões para ser ESG, abaixo listamos alguns pontos que podem ser incorporados na agenda sustentável da sua empresa:
- Redução do impacto do processo produtivo no meio ambiente;
- Redução na emissão de gases poluentes;
- Economia e redução da poluição da água.
- Gestão inteligente dos resíduos e processos;
- Eliminação do papel e substituição por tecnologias digitais;
- Eficiência energética;
- Conscientização dos colaboradores para desenvolvimento sustentável;
- Escolha de fornecedores ecologicamente corretos;
- Agendas para crises e mudanças climáticas;
- Iniciativas para reduzir impactos do desmatamento;
- Ações para diminuir a ameaça às espécies animais em extinção;
- Diminuição do uso excessivo e predatório de recursos naturais;
- Práticas para embalagens, geração, cuidado e descarte de plásticos;
- Gerenciamento eficiente e correto do descarte de lixo;
- Adoção de medidas direcionadas para projetos de proteção e preservação ambiental.
Em suma, o E do ESG garante que as organizações tenham responsabilidade social, além de social e de governança.
E você, já adota alguma prática do E do ESG na sua empresa? Então comente aqui embaixo!